Brasão: escudo de azul, calçado de prata, com três arcas postas em roquete, de um no outro e realçadas de negro; em chefe duas flores-de-lis de ouro. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: "S. CAETANO - CANTANHEDE".
Bandeira: amarela. Cordão e borlas de ouro e azul. Haste e lança de ouro.
Selo: nos termos da Lei, com legenda: "Junta de Freguesia de S. Caetano - Cantanhede".
Interpretação- introdução: Numa caracterização heráldica da freguesia de S. Caetano, distinguem-se o território predominantemente plano, florestado de pinheiros e eucaliptos principalmente, sulcado por várias "valas" ou riachos que provém de outras freguesias limítrofes nascendo naturalmente nas suas margens, ou em zonas mais húmidas dos seus prados, os lírios brancos . É na Lenda do "Cabeço da Moura" que se encontra o outro elemento de de destacado interesse heráldico. Assim:
1. FLORES DE LIZ os lírios, estilizados na tradição heráldica como "flor de Liz", de tão grande tradição heráldica, não só heráldica como europeia. A correlação e conotação é óbvia, pelo anteriormente aduzido.
2. ASNA DIMINUÍDA - O motivo mais rico, digno de relevância heráldica e "sui generis" da Freguesia de S. Caetano, respeita ao denominado "Cabeço da Moura"; primeiro, por ser, segundo julgo, um acidente geográfico estranho; tanto por ser toda a zona de Cantanhede e Mira predominantemente plana, como também o dito cabeça ser formado por singulares rochas, das quais não existem muitas mais nalguns quilómetros em redor, não sabendo ninguém explica como foram ai parar.
Só pelo insólito deste pequeno acidentado promontículo geológico, já teria alguma relevância para uma abordagem inspira dor a heráldica. Fica assim simbolizada pela "asna diminuída", que simboliza o dito cabeço, sendo de prata. No entanto, em meu entender e respeitando a tradição heráldica, julgo que o conteúdo poético/histórico deste cabeço não está só na sua estranheza geológica, mas torna-se mais denso e rico, começando pelo nome. "Cabeço da Moura", remete para os já longínquos tempos da Conquista, quando aí ainda habitavam mouros, mesmo depois da conquista.
Como se não fosse isto suficiente, é tradição oral remota atribuir a este "cabeço" a lenda das "três arcas", que pela sua beleza e simplicidade, conteúdo poético e místico (lendário apocalíptico) heráldicas, comparativamente com todos os restantes elementos até 'agora propostos para figurarem no campo do escudo. Daí figurarem carregadas em contra-chefe, na zona interior da "asna diminuída", qual "cabeço"; três arcas fechadas, duas esmaltadas; a azul (dilúvio) e vermelho (fogo), e uma a metal; a ouro (riqueza e abundância).
Qualquer uma delas devidamente realçadas por esmalte ou metal contrário, segundo as "leis da Luz".